Sem Terra ocupam área improdutiva em Sorocaba (SP)

Na madrugada de quarta-feira, 30, aproximadamente 45 famílias ligadas ao MST ocuparam uma área do governo do estado no município de Itapetininga, região de Sorocaba, interior paulista. A fazenda de 528 hectares pertence à Secretaria da Agricultura de São Paulo e deveria funcionar como espaço de pesquisas de zootecnia, mas está abandonada.

Dentro da área existe um lixão mantido pela prefeitura de Itapetininga, que mensalmente paga 5 mil reais de multa por conta da degradação ambiental. Parte da área deve ser arrendada em breve para a Usina Vista Alegre, para plantação de cana. Além de todas essas irregularidades, a fazenda ainda é alvo de furtos de madeira.

É a terceira vez que famílias Sem Terra ocupam a área desde 2005. Quando é despejado, o acampamento Paz na Terra é transferido para a beira da rodovia Cleide Bernardes, altura do km 11, nas cercanias da fazenda.

Segundo os Sem Terra, cerca de 30 famílias sobrevivem na área buscando seus alimentos no lixão. Representantes do MST tentaram diversas vezes denunciar as irregularidades e o furto de madeira, mas a polícia de Sorocaba não aceita as denúncias.

Ontem, em reunião com a Secretária da Justiça de SP e com o superintendente do Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), membros do MST em Sorocaba denunciaram à ouvidoria o processo de arrendamento ilegal da área e as demais irregularidades. Reivindicaram também uma vistoria do Instituto no local e uma reunião para tentar negociar a permanência do acampamento Paz na Terra na fazenda.