Em Petrolina, sociedade faz desfile contra desigualdade

Durante o desfile oficial do 7 de setembro em Petrolina (PE), logo depois do bloco do corpo de bombeiros, o público que assistia admirado a magnitude dos aparatos policiais foi surpreendido com a sociedade civil organizada. Pastorais da família, membros da igreja católica, integrantes do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), movimentos estudantis e organizações não governamentais, entre outros, se apresentaram distribuídos em 25 blocos, muito bem organizados e caracterizados, demonstrando a insatisfação e a preocupação da sociedade civil com os rumos da política local.

O prefeito da cidade e sua comitiva oficial, com tenentes do Exército, Marinha e Aeronáutica, ao perceberem que aquelas pessoas vinham descolorindo o carnaval que acabara de passar, deixou o evento, sendo vaiado não só pelos participantes da caminhada, mas pelos espectadores. Na metade do desfile do Grito, já não havia ninguém na sede da Prefeitura, mas a administração continuou sendo criticada.

No discurso de alguns participantes, aqueles que assistiam ao belo desfile anterior, puderam perceber a beleza de ver bairros tachados como favelas organizados, reivindicando melhorias na sociedade, para uma vida mais digna e igualitária.

No encerramento, foi firmado o compromisso de agregar três vezes mais pessoas, fomentando os ecos do grito, para que esse chamado seja ouvido.