Governo promete prioridade aos Krahô-Kanela, mas ainda não assinou decreto

Por Gisele Barbieri
Fonte Agência Notícias do Planalto

O povo indígena Krahô-Kanela, de Tocantins, continua esperando pela assinatura do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no decreto que vai desapropriar uma área de sete mil hectares chamada por eles de “Mata Alagada”, localizada no município de Lagoa da Confusão. O decreto vai cria oficialmente no local uma reserva indígena, mas a indecisão da data desta assinatura pode fazer com que os índios percam a verba de R$ 8 milhões destinados, em agosto de 2006, pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e da Reforma Agrária) para investir na área.

De acordo com o cronograma previsto, este dinheiro deve ser aplicado até dezembro deste ano. Com a verba perdida, os Krahô-Kanela temem ter de voltar a viver na casa construída sobre o lixão de Gurupi, no Tocantins, onde estão desde 2001. Três lideranças deste povo estiveram em Brasília (DF) recentemente na tentativa de sensibilizar o Congresso Nacional e garantir o apoio dos parlamentares para acelerar este processo. Bastos prometeu dar prioridade ao caso, mas ainda não existe nenhuma data acertada para a assinatura do decreto.

Os proprietários da terra, que antes concordaram com a desapropriação e permitiram que os indígenas voltassem a viver em um trecho da dela, desistiram da negociação. Com a demora no pagamento pelas terras, os donos da área pretendem entrar com uma ação de reintegração de posse, solicitando a retirada dos Krahô-Kanela do local. Após a assinatura do ministro, o decreto ainda deve ir para sanção do presidente da República.