Acusado de assassinato de sindicalista pode ser absolvido sem julgamento no Pará

Por Danilo Augusto
Fonte Agência Notícias do Planalto

O fazendeiro Décio José Barroso Nunes, o Delsão, acusado de ser o mandante do assassinato do sindicalista José Dutra da Costa, em novembro de 2001, em Rondon do Pará, poderá ser absolvido antes mesmo de passar pelo Tribunal de Júri. O pedido de absolvição foi feito pela promotora da cidade e passará pela aprovação do juiz da comarca. O sindicalista, conhecido como Dezinho, foi morto pelo pistoleiro Wellington de Jesus Silva.

Para o membro da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra no Pará (CPT), José Batista Afonso, os fazendeiros e madeireiros da região de Rondon acabam usando os seus poderes políticos e econômicos para se beneficiarem de acusações.

“No estado do Pará tem sido muito difícil levar ao banco dos réus os acusados de serem mandantes dos crimes contra trabalhadores e lideranças. Responsabilizá-los e condená-los por crimes cometidos no campo não é fácil. Por várias razões, primeiro; o poder econômico muito forte e ainda eles têm o poder político. O pedido da promotora expressa o pensamento a prática de muitos promotores e até mesmo juiz da região’, afirma Afonso.

O fazendeiro vem sendo investigado há mais de seis anos. Informações de testemunhas, colhidas em um processo com mais de duas mil páginas, apontam que Delsão fazia ameaças de morte ao sindicalista e, frequentemente procurava pessoas para cometer o crime. Em partes do processo costa que o fazendeiro procurou uma das testemunhas e ofereceu uma quantidade em dinheiro para que ela mudasse o depoimento. No mês passado, o Tribunal de Justiça do Pará, condenou Wellington de Jesus Silva a cumprir 29 de reclusão em regime fechado por ter assassinado o sindicalista.