Sem Terra é assassinado em Garanhuns

Ontem, mais um trabalhador rural engrossou a lista de mortos em conflitos no campo. O Sem Terra Andreílson Santos Silva, de 17 anos, foi assassinado na Fazenda Paulista, no município de Garanhuns, agreste pernambucano.

Silva foi morto a facadas em uma emboscada na área da fazenda. Duas pessoas foram presas, mas uma já delas foi liberada pela polícia. Edvaldo Rodrigues Paixão, proprietário da área, é suspeito de ser o mandante do crime.

A Fazenda Paulista, de 1.360 hectares, é palco de muitos conflitos. A área já foi ocupada três vezes pelo MST desde março de 2004. Todos os despejos foram muito violentos e os agricultores sofrem ameaças constantes do proprietário e de jagunços da fazenda.

Em maio de 2005, depois do último despejo, as famílias Sem Terra acamparam em frente à fazenda, na rodovia BR-423. Na época, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), firmou um acordo com Edvaldo Paixão para permitir que as famílias colhessem a produção cultivada no local. O latifundiário descumpriu o acordo e destruiu as lavouras dos Sem Terra.

Há cerca de um mês, o Ministério Público determinou que ele pagasse indenização às famílias pelas perdas na colheita. Desde então as ameaças e intimidações aos trabalhadores e trabalhadoras rurais retornaram com maior intensidade.

A área já foi vistoriada pelo Incra, que a determinou como “média propriedade produtiva”. Na ocasião, o MST denunciou um esquema entre funcionários do Incra e o proprietário para que o laudo fosse positivo para a fazenda. Com o escândalo, o Incra se comprometeu a fazer nova vistoria, mas até hoje ela não foi realizada.