PM abre negociação para liberação de Sem Terra

O batalhão da Polícia Militar resolveu abrir negociações para a liberação das 600 famílias do MST presas na Fazenda Sete Rios, no município de Flores de Goiás (distrito de Santa Maria), em Goiás, depois da chegada do setor de direitos humanos do MST e diversos órgãos públicos no local, nesta sexta-feira (26/01).

As negociações são acompanhadas por Ouvidoria Agrária, superintendência regional do (Incra Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), agentes da Polícia Federal e assessores de parlamentares estaduais.

“O clima ainda é tenso na fazenda. O melhor caminho é a saída das famílias e a mudança para outra área”, disse Lucinéa Medeiros, integrante do MST. Os sem-terra querem sair da fazenda, mudar para um pré-assentamento em Simolândia, em Goiás, desde que todos sejam liberados.

A polícia não tem nenhum mandato judicial para invadir a área e prender os trabalhadores rurais. “A ação foi arbitrária”, colocou Medeiros. Em torno de 9h, cerca de 80 policiais invadiram de forma violenta o acampamento, em 13 viaturas, arrastaram o portão e atiraram para todos os lados. Os homens, mulheres e crianças foram surpreendidos e tentaram fugir da violência policial.

Os trabalhadores rurais considerados pela polícia como líderes do movimento foram isolados, amarrados e espancados. Depois da liberação, os sem-terra agredidos devem fazer boletim de ocorrência para registrar os atos de violência do batalhão.

O MST nega as acusações da PM de que houve saques na fazenda Ilha Bela, desocupada pelas famílias durante a madrugada de sexta-feira. “A acusação de saques é uma forma de justificar a ação violenta e ilegal da polícia na Fazenda Sete Rios”, disse Medeiros.