MST desocupa sede do Incra em Goiás

Depois de uma intensa negociação com o superintendente do Incra Ailtamar da Silva, as 350 famílias que ocupavam a sede do órgão desde a manhã de segunda feira, dia 5, deixaram o Incra na manhã de hoje. O Incra firmou com os representantes das famílias que participavam da reunião, o compromisso de assentar esse ano 2.500 famílias de Sem Terra, apenas metade do número reivindicado pelo MST.

Para as famílias ficou óbvia a falta de compromisso do Incra com a Reforma Agrária, pois o superintendente foi intransigente em relação à proposta dos trabalhadores, que era de assentar 5.000 famílias até o final de 2007. “É uma vergonha para o Incra que se proponha uma meta quase que insignificante como esta de assentar 2.500 famílias este ano”, afirmou Valdivino de Almeida, da Coordenação Estadual do MST.

De acordo com Valdivino o número proposto pelo Incra não atende à demanda de Goiás, já que do total a serem assentados, 1.600 famílias ainda fazem parte da meta do ano de 2006, que não foi cumprida. As 1.600 famílias incluídas na meta do ano passado serão assentadas até 31 de julho, e o restante até o final deste ano.

“Depois dessa ocupação, ficou claro para nós do MST que este será um ano de muitas lutas, mobilizações e enfrentamentos no que se refere ao avanço da Reforma Agrária. Pois do que depender dos órgãos competentes será mais um ano de lentidão nas desapropriações de áreas e liberação de créditos para viabilidade das famílias assentadas”, concluiu Valdivino.

Os trabalhadores exigiam, além do assentamento de 5.000 famílias para o ano de 2007, o cumprimento de alguns compromissos firmados com as famílias já assentadas.

Animação

Apesar do desfecho negativo na manhã de hoje, a mobilização foi marcada por muita animação por parte das famílias. Elas acreditavam na possibilidade de saírem do Incra com resultados concretos para o avanço da Reforma Agrária no Estado de Goiás.

Todos os dias antes de iniciar as atividades os trabalhadores hasteavam a bandeira do MST de cantavam o hino do Movimento. Além disso, durante todo o dia eram realizadas atividades em núcleos e à noite eram passados filmes e documentários para as famílias assistirem.