Presidente da Feraesp é preso em Araraquara

O presidente da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Élio Neves, foi preso hoje, dia 9, sob acusações de formação de quadrilha, em Araraquara, interior de São Paulo. Além dele, nove integrantes da entidade estão presos desde a semana passada.

A defesa alega que a prisão tem motivação política por causa da luta histórica da entidade contra a super-exploração de trabalhadores rurais no corte de cana-de-açúcar. A federação faz uma campanha para denunciar em âmbito nacional e internacional as mortes de lavradores nos canaviais.

De 2004 a 2005, a Pastoral do Migrante registrou a morte de 13 trabalhadores rurais em função do desgaste excessivo da força de trabalho na corte da cana. “O estado de condição dos trabalhadores leva a uma situação desumana, onde há um grande risco de continuar morrendo gente”, alertou Neves.

Também foram presos Adalberto Alves Martins, Antonio Ferreira da Silva, Cláudio Frequete de Almeida, Irma Maria Biscassa, Isaías Tavares de Souza, João Argemiro Marin, Lafayete Ramos dos Santos, Nivaldo Datrino, Regina Célia Teixeira de Oliveira e Sonilton Justino da Silva.

O inquérito policial corre em segredo de Justiça e acusa os trabalhadores e defensores dos direitos humanos de formação de bando e quadrilha em razão das denúncias contra latifundiários em Ribeiro Preto.

Neste momento, Élio Neves acaba de chegar à carceragem da Polícia Federal de Ribeirão Preto. O advogado da Feraesp, Wlademir Flavio Bonora, fez um pedido de revogação da prisão temporária direcionado ao juiz do caso.

Bonora já pediu também a revogação da prisão temporária decretada contra Neves e os outros integrantes da federação. Um pedido de habeas corpus foi enviado ao Tribunal de Justiça de São Paulo em nome da libertação de todos os trabalhadores presos, mas ainda não foi analisado.