Trabalhadores ocupam Nova Alegria para lembrar Massacre de Felisburgo

Mais 400 trabalhadores ocuparam na madrugada desta sexta-feira, 23, a sede da Fazenda Nova Alegria, na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. O local foi palco de um massacre ocorrido em 2004 que assassinou cinco trabalhadores e deixou outros 12 feridos.

As vítimas faziam parte do acampamento Terra Prometida e aguardavam pela desapropriação da fazenda para a Reforma Agrária. O objetivo da ocupação é pressionar os órgãos responsáveis a resolver definitivamente os problemas das famílias vítimas do que ficou conhecido como Massacre de Felisburgo.

Entre as reivindicações do Movimento está a realização de uma audiência pública com o Incra, a indenização das famílias vítimas do massacre, a desapropriação do latifúndio e a sua transferência para as famílias do acampamento Terra Prometida e a prisão dos acusados do massacre.

As famílias também aguardam a presença de membros da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nas negociações.

O MST também reivindica que o Incra apresente um plano de assentamento para todas as famílias acampadas no estado, que atualmente somam mais de 4 mil distribuídas em 45 acampamentos. Alguns deles com mais de sete anos a espera de terra.

Massacre de Felisburgo

Por volta da 11 horas do dia 20 de novembro de 2004, um veículo se aproximou e um bando de pistoleiros e jagunços armados, desceram na entrada do Acampamento Terra Prometida e imediatamente começaram os disparos.

Eram 16 no total, inclusive Adriano Chafik Luedi, fazendeiro e grileiro das terras do estado na região, quem planejou e executou toda essa violência que acabou tirando a vida de 05 companheiros trabalhadores rurais que há mais de dois anos sonhavam com a “Terra Prometida”. Além destes cinco companheiros brutalmente assassinados, outros doze ficaram feridos a bala. Alem de terem colocado fogo em todas as Barracas, galpão comunitário e escola.