Movimentos sociais fazem ato pela libertação de Buzzeto

Leia também o texto do professor Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida

Professores, estudantes e militantes de diversos movimentos sociais, realizam nesta quinta-feira, dia 1° de março, um Ato pela Libertação de Marcelo Buzzeto e dos demais presos políticos brasileiros. O ato acontece no auditório 333 do Prédio Novo da PUC-SP, a partir das 19 horas.

O professor universitário e membro da direção estadual do MST, Marcelo Buzzeto, foi preso no dia 21 de janeiro. Ele é acusado de saque após participar de uma mobilização organizada pelas 800 famílias do acampamento Nova Canudos, em Porto Feliz (SP), em 1999. Na época chegou a ficar detido durante 28 dias, mas conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade.

Em 2006 ele foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão em regime semi-aberto, cumprindo a pena em regime domiciliar até que surgisse uma vaga. Apesar de contar com um recurso em análise no STF, Buzetto foi detido em janeiro, quando compareceu ao Fórum para assinar sua carteira, sob alegação de ter surgido uma vaga no regime semi-aberto. Após alguns dias no distrito policial de São Caetano, ele foi transferido para o CPP de São Miguel Paulista, onde permanece até hoje.

O processo que condenou o professor é recheado de irregularidades, entre as quais, o uso de testemunhas plantadas pela acusação. Além disso, mesmo tendo direito a cumprir sua pena em regime semi-aberto, ele se encontra em regime semi-fechado, sem autorização a realizar trabalho externo e em cela comum, apesar de sua formação superior.

Entidades, movimentos sociais e personalidades importantes articulam o Comitê de Defesa da Democracia e Liberdade aos Presos Políticos, que tem o objetivo de tornar público o problema da criminalização políticos e dos movimentos, denunciar a repressão imposta pelo Estado àqueles que ousam lutar por uma sociedade mais justa e igualitária e lutar pela libertação dos presos.

Além de Buzzeto o trabalhador Benedito Ismael Alves Cardoso, o Magrão, também está preso em São Paulo, acusado de participar de uma manifestação em um pedágio da rodovia Castello Branco, em Boituva, em novembro de 1999. Há irregularidades também nessa prisão uma vez que, Magrão deveria cumprir sua pena em regime aberto, já que pelo tempo em que permaneceu na cadeia, tem direito à progressão penal.