Decisão sobre o terreno da UNE deve sair em 20 dias

Foi realizada onte, dia 28, mais uma audiência sobre o terreno da UNE, no Flamengo. A entidade apresentou testemunhas que confirmaram a não existência de moradores, mas apenas uma atividade ilegal. Diante disso, o juiz do caso afirmou que em 20 dias dará a decisão sobre quem ficará com o terreno.

Os testemunhos serviram para anexar mais provas ao processo. Também foi dito que já há algum tempo a UNE vem tentando retomar o local ocupado pelos posseiros. O presidente da UNE, Gustavo Petta, disse estar otimista em relação a decisão e que aos poucos vai se confirmando a disposição dos estudantes de retomar o seu local de origem. “Temos o compromisso de transformar o local em um grande centro de cultura e política”, afirmou Petta.

O acampamento da UNE completa um mês no dia 1º de março. Desde então os estudantes têm recebido diversas personalidades políticas e culturais. No dia 7 de março, às 14hs, estarão presentes o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e o prefeito de Nova Iguaçu e ex-presidente da UNE, Lindberg Farias.

Ocupação

Desde o dia dia 1° de fevereiro mais de 500 estudantes de diversas partes do Brasil estão acampados no terreno no aterro do Flamengo. O movimento de retomada do terreno ganha cada dia mais força. No local já foram colocados 10 contêineres, que estão funcionando como banheiros, escritório e alojamentos.

Também já foi instalado um refeitório e um telecentro com computadores conectados à internet. Ao longo desta semana, uma tenda será erguida para funcionar como espaço de apresentações culturais. Entre as atividades estão as rodas de samba, o ateliê cultural, oficinas as quais, roda de samba, ateliê cultural, e exibição de filmes, além de aulas de expressão corporal, capoeira e malabares.

O antigo prédio foi destruído em 1964 pela Ditadura Militar e há dez anos no local tem funcionado um estacionamento clandestino. A UNE está de posse da Certidão de Registro de Imóveis do terreno, que garante judicialmente sua propriedade sobre o local que lhe foi doado pela União na década de 1940.

O novo prédio será construído com o projeto arquitetônico que foi doado à entidade pelo arquiteto Oscar Niemeyer e prevê a construção do museu da memória do movimento estudantil e de um centro cultural.