Ação de despejo deixa Sem Terra feridos no Paraná

Uma ação violenta de despejo na fazenda Três Pontos, em Diamante do Oeste, no Oeste do Paraná, realizada hoje, 23, deixou, pelo menos, cinco trabalhadores rurais do MST feridos. Eles foram encaminhados ao Pronto Socorro da cidade para serem atendidos.

Segundo informações dos acampados, ainda não é possível estabelecer quantas pessoas ao certo foram feridas pela ação, uma vez que, muitos trabalhadores, entre eles mulheres, estão sendo mantidos dentro da fazenda.

Os acampados informaram que os policiais chegaram ao acampamento por volta das 13h30, disparando tiros de balas de borracha e jogando bombas de gás lacrimogêneo contra as famílias. A era comandada pelo Major Borges e contava com cerca de 1.200 policiais. O Major Borges foi responsável pelos despejos violentos, em Quedas do Iguaçú, região central do Paraná, na época do governo Jaime Lerner.

Em nota o MST-PR afirma que a PM descumpriu um acordo firmado com os trabalhadores Sem Terra, durante audiência na manhã de hoje. As famílias se comprometeram a desocupara a sede da fazenda e o acampar em outra área por duas semanas até encontrarem outro local para viverem.

Além do major Borges, comandante da operação, participaram da audiência o Prefeito, a Câmara da Vereadoes e a Associação Comercial de Diamante do Oeste, Prefeito e Secretário de Agricultura de Vera Cruz e a Comunidade Indígena da região.

Contexto

A fazenda Três Pontos, também conhecida como fazenda Café Piquirí, foi ocupada por cerca de 300 famílias do MST que estavam acampadas há mais de dois anos na região, nos municípios de Matelândia, Missal e Santa Helena.

A fazenda de 1.800 hectares pertence ao argentino naturalizado paraguaio Cezar Cabral. A reintegração de posse foi concedida pela Justiça na semana seguinte à ocupação. Cezar Cabral é suspeito de manter um comércio ilegal de cigarros no Brasil e de ter comprado a fazenda com dólares que não declarados a Receita brasileira.