Justiça reconhece equívoco em prisão de Sem Terra em PE

O juiz da comarca do município de Amaragi, na Mata Sul de Pernambuco, concedeu hoje, dia 23, liberdade a pequeno agricultor Carlos Herculano da Silva, acusado injustamente do assassinato de Amaro Fernando da Silva, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais e Urbanos do Brasil (Mtrub).

Herculano teve prisão preventiva decretada e foi preso no dia 9 de março, dois dias depois do assassinato. O delegado da cidade alegou na época que Herculano teria motivos para o crime, mas nenhuma evidência foi encontrada.

Com a liberdade de Herculano, resta à polícia local, investigar a outra hipótese do assassinato. Há forte indício da participação do proprietário do Engenho Não Sei no crime. O imóvel onde está o Engenho foi desapropriado em fevereiro de 2005, depois de muitos entraves jurídicos. Os proprietários recorreram e a Justiça suspendeu o processo. No entanto, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) conseguiu a imissão de posse e as famílias de agricultores foram assentadas.

O MST de Pernambuco soltou nota afirmando que vai entrar com uma ação contra o Estado, exigindo reparação por danos morais causados ao trabalhador Carlos Herculano, em virtude de sua prisão equivocada. “Esperamos que o s verdadeiros culpados sejam presos e que o crime cometido contra uma vítima da luta pela terra, não fique impune”, afirmou em nota o MST.