Sem Terra continuam em marcha por justiça social em Alagoas

Os 3.500 trabalhadores e trabalhadoras do MST, que saíram no dia 20 de março, do municipio de Piranhas, às margens do Rio São Francisco, chegam a Paulo Afonso, sede da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Eles percorreram cerca de 90 km.

A marcha vem chamando a atenção do governo quanto às necessidades essenciais para as questões ligadas aos trabalhadores rurais, visando garantir toda a infra-estrutura que viabilize a vida e a produção dos trabalhadores nos assentamentos.

A direção estadual do MST aponta situações críticas como a do Assentamento Nova Esperança II, localizado na cidade de Olho D’Água do Casado, onde os trabalhadores esperam, há mais de seis anos, a construção da adutora que garantiria a irrigação das plantações. “Mesmo estando a menos de 500 metros do Rio São Francisco, há seis anos aguardamos a construção da adutora e o fornecimento de água no assentamento”, afirma Débora Nunes da Direção Nacional do MST.

Quanto à questão da justiça social, os trabalhadores pretendem reivindicar educação, saúde, cultura, lazer e a realização de uma verdadeira reforma agrária que não realize assentamentos pontuais, como forma, simplesmente, de resolver problemas de conflito agrário e diminuir a tensão, mas que compreenda a totalidade da dimensão e a complexidade que exige a reforma agrária.

Também cobram a apuração rápida de crimes relacionados à terra, como o assassinato do dirigente estadual Jaelson Melquíades, em Atalaia, e a prisão de José Santino, líder do MST na região, que está preso há uma semana acusado de agredir o mandante do assassinato de Melquíades.

Na terça-feira, dia 26, a coordenação da Marcha fez uma audiência com representantes do Governo Teotonio Vilela Filho (PSDB), Incra, Seinfra, Iteral, Chesf, CEF e Gerenciamento de Crises da PM, onde debateram a pauta e cobraram saídas concretas para resolver as questões apresentadas pelos trabalhadores.