Em Alagoas, MST se mobiliza contra impunidade e exige justiça

Mais de três mil trabalhadores rurais do MST estão mobilizados em onze regiões do Estado em protesto à prisão do dirigente estadual José Santino, preso há 14 dias sob acusação de lesão corporal e cárcere privado do fazendeiro Pedro Batista, um dos suspeitos de participação no crime cometido contra o trabalhador rural Jaelson Melquíades, assassinado em novembro de 2005.

Pedro Batista estava foragido há três meses quando 150 trabalhadores rurais descobriram o local do esconderijo em uma fazenda na área rural de Atalaia. Indignados com a impunidade, cercaram o local e capturaram o foragido. Também apreenderam as armas e acionaram as polícias Civil e Militar, que efetivaram a prisão. Depois disso, Batista ficou apenas uma semana no presídio e conseguiu habeas corpus para ficar em liberdade.

Em audiência o governo do estado de Alagoas, as autoridades disseram que não poderiam fazer nada em relação ao crime, mesmo tendo ainda um mandato de prisão para cumprir.

Diante disso, os integrantes da comissão formada por MST, CUT e professores públicos reafirmaram que o caso Jaelson não poderia ficar impune.
Além disso, questionaram que se o acusado fosse um trabalhador rural, não haveria dificuldades para realizar a prisão. No dia seguinte, Santino foi preso.

A prisão do dirigente tem como objetivo tirar o foco das verdadeiras questões que envolvem o conflito agrário no Estado de Alagoas, em especial na região de Atalaia (zona da mata, de predomínio da monocultura canavieira) onde historicamente trabalhadores são assassinados e os mandantes e assassinos não são punidos, gerando um estado permanente de impunidade e injustiça.