Integrante do MST recebe medalha no Rio de Janeiro

A integrante do MST Marina dos Santos recebe hoje, dia 30, a 19ª Medalha Chico Mendes de Resistência. A medalha é concedida a pessoas e entidades que têm se destacado na luta contra a tortura, a impunidade, desrespeito aos direitos humanos e violência contra os movimentos populares. A homenagem será às 18 horas no Auditório do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

Desde 2005, Marina dos Santos trabalha no escritório nacional do MST em Brasília. Ela é filha de pequenos agricultores que perderam a terra na década de 1980 por conta de dívidas em um banco. “Os pequenos proprietários pegavam empréstimos para desenvolver a plantação e, em caso de problemas climáticos, a única opção era entregar a terra para o banco. Nesse país, os pequenos agricultores nunca tiveram um seguro agrícola”, conta.

A partir daí, a sua família migrou para a cidade e continou o trabalho na agricultura, mas como bóias-frias e meeiros. Em 1989, Marina decidiu ser freira para poder trabalhar e estudar. Com 15 anos, visitou junto com um padre um acampamento e teve contato com a forma de organização das famílias e os laços de solidariedade em torno da luta pela sobrevivência. “Não tive dúvidas: disse adeus ao padre e fiquei no MST”, diz.

Marina entrou para um acampamento, concluiu o primeiro grau e cursou o ensino médio em uma escola do movimento e, atualmente faz o curso de direito. Em 1996, foi para o Rio de Janeiro para contribuir na organização e consolidação dos acampamentos e assentamentos no estado. Durante 10 anos, enfrentou o latifúndio canavieiro, a exploração do trabalho e a violência no campo.

A premiação é promovida pelo Grupo Tortura Nunca Mais desde 1989. Entre os homenageados de hoje também estão: Augusto Boal; Associação de Prevenção Contra a Tortura (APT); Bispo de São Félix do Xingu Dom Erwin Kräutler; Carmela Pezzuti (ex-presa política); Luiz Alberto Andrade de Sá e Benevides – (in memorian, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário – PCBR, assassinado em 08 de março de 1972, em Caruaru/PE; Maria Dolores Perez Gonzalez (Lola, uma das fundadoras do GTNM/RJ); Miguel Baldez; Olney São Paulo (in memorian, cineasta, diretor do filme “Manhã Cinzenta”); Raimundo Alves de Sousa (in memorian militante do PCB) e Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência. O Auditório do Arquivo Nacional: Praça da República, 173 – Centro, Rio de Janeiro.