Mais de 2500 famílias esperam por direito à moradia em SP

Gisele Barbieri
Radioagência NP

Depois de quase duas semanas de acampamento, já chega a 2.500 o número de famílias em um terreno em Itapecerica da Serra (SP). As famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) cobram da prefeitura o cumprimento do direito à moradia digna prevista na Constituição Federal. Elas estão na área desde o dia 16 deste mês e denunciam que o terreno está abandonado e ocioso há 12 anos. O terreno pertence à Sociedade Itapecerica Golf e Urbanização. No local, funcionava um frigorífico que foi desativado. Em barracas provisórias as famílias sofrem com a falta de luz e água.

A Justiça concedeu liminar de reintegração de posse aos proprietários do terreno há uma semana, o que implica no despejo das famílias, mas a coordenação do Movimento entrou com recurso de efeito suspensivo sobre essa decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo. O pedido do MTST foi negado e assim foi adiado o julgamento da ação, ainda sem data definida. Enquanto isso, vale a decisão de reintegração de posse. Já no ponto de vista político, as expectativas dos acampados é mais positiva, como explica Helena Silvestre da coordenação do MTST.

“A gente fez uma marcha com mais ou menos 800 pessoas para a câmara municipal e foi recebido por todos os vereadores. Eles assinaram uma moção de apoio ao acampamento. Tivemos uma reunião com o prefeito, que também sinalizou que está favorável no sentido de contribuir da maneira como for possível, para buscar com o governo federal e estadual uma solução para as famílias que não seja o despejo”.

O Movimento afirma que os proprietários usam o terreno para a especulação imobiliária e que não há “nenhuma função social na área”. Os proprietários avaliam a área em quase R$ 40 milhões. As famílias prometem não sair do local até uma resolução de para onde serão levadas.