Vídeo da ação das mulheres da Via Campesina na Cevasa

No dia 7 de março, mais de 900 mulheres da Via Campesina ocuparam a área da usina Cevasa, no município de Patrocínio Paulista, região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Em uma manifestação pacífica, as mulheres protestaram contra a expansão da monocultura e do agronegócio. A manifestação fez parte da jornada de luta nacional das mulheres da Via Campesina, que esse ano teve como tema “Mulheres na Luta por Soberania Alimentar e contra o Agronegócio”. [Clique aqui e assista ao vídeo]

A região de Ribeirão Preto foi escolhida, pois simboliza a expansão do latifúndio da cana-de-açúcar, modelo calcado na superexploração de lavradores e lavradoras – mais de 15 trabalhadores morreram de exaustão nas lavouras desde 2004 – e na destruição do meio ambiente. Já a usina Cevasa, foi escolhida por ser a maior do Brasil e por ter tido seu capital recentemente vendido para a transnacional Cargill, líder do agronegócio mundial.

Em nota a Via Campesina afirmou na ocasião que “o objetivo da atividade é alertar a população sobre as reais conseqüências do aumento do cultivo da cana-de-açúcar para o meio ambiente, a poluição das queimadas e as doenças respiratórias por elas causadas, o aprofundamento da concentração de terra no Brasil e o conseqüente aumento das desigualdades sociais”.

Além disto, a ação, que coincidiu na mesma semana da visita do presidente estadunidense George W. Bush ao Brasil, também serviu para mostrar que a produção de etanol a baixos custos para os Estados Unidos – motivo principal da visita – beneficia apenas ao agronegócio, em detrimento dos interesses da sociedade brasileira e das necessidades da maioria da população.

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Movimentos sociais e entidades da sociedade civil realizaram uma entrevista coletiva para denunciar o atual modelo de produção de álcool no Brasil e alertar que os problemas sociais e ambientais causados pela monocultura da cana-de-açúcar irão se agravar, caso o Brasil opte pelo acordo com os Estados Unidos, que só beneficia a classe média norte-americana e as transnacionais. [Assista ao vídeo da entrevista coletiva]