Campo e cidade se unem em protesto no Rio de Janeiro

O MST e os servidores públicos estaduais e federais se unem nesta terça-feira, 17, para protestar contra a política econômica e reivindicar a aceleração da Reforma Agrária. No Rio de Janeiro, famílias do MST e representantes de diversos sindicatos farão um ato na superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pedindo a reestruturação do órgão, a partir das 14h.

Sem Terra e funcionários do Incra vão denunciar o descaso do governo federal com a Reforma Agrária que se traduz na falta de verbas e funcionários para acelerar os processos de desapropriação e assentamento. O MST defende a vinculação direta do Incra à Presidência da República, sem a intermediação do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Após o ato no Incra, haverá uma concentração às 16h na Candelária. Os manifestantes partem em direção à Cinelândia para um ato em defesa da democratização do poder Judiciário, pela punição dos responsáveis pelos Massacres de Eldorado dos Carajás e de Felisburgo e contra a criminalização dos movimentos sociais. Às 18h está prevista uma aula pública sobre a Política Econômica e a Reforma Agrária para encerrar o protesto. Participam da ação representantes da Rede contra a Violência Policial, militantes de centrais sindicais, do Andes, do Sepe, da AssIncra, do Sintrasef, do Sindsprev e do MTL.

No interior, as famílias acampadas e os assentados bloquearam o tráfego nesta manhã nas duas pistas da Via Dutra e da BR-101 por quase duas horas na altura de Piraí e de Campos dos Goytacazes, respectivamente. As ações fazem parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária que já realizou ações em 15 estados e ontem, dia 16, ocupou a sede do Incra em Brasília por mais de 12 horas.

No último fim de semana, 200 famílias ocuparam áreas em Cardoso Moreira, no Norte Fluminense, e em Barra do Piraí, no Sul. Mil e duzentas famílias esperam para ser assentadas no estado do Rio. Algumas vivem em barracos do lona plástica há mais de seis anos.

Em Nova Iguaçu, no assentamento Terra Prometida, 70 famílias estão morando há um ano em barracos de madeirite. Eles saíram de uma área do governo federal em fevereiro do ano passado após uma negociação que envolveu, além do Ministério da Ciência e Tecnologia (detentora da área), o governo estadual e a Companhia Siderurgica do Atlântico, que visava o local onde as famílias estavam acampadas há cinco anos.

Meses após o prazo definido para o re-assentamento dos trabalhadores rurais, as famílias continuam aguardando. O governo do estado diz que os recursos necessários estão contingenciados e já indicou duas datas para a liberação, que não foram cumpridas. A área onde estão atualmente só é suficiente para abrigar 15 famílias e ainda não é possível cultivar alimentos no local, o que prejudica a subsistência dos agricultores.