MST recebe apoio em atos públicos em três estados

O MST realizou marchas e atos públicos com diversas forças sociais em defesa da Reforma Agrária e em memória dos 19 trabalhadores rurais mortos em Eldorado dos Carajás no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, nesta terça-feira.

Em Cuiabá, mais de 300 pessoas, entre trabalhadores rurais, servidores públicos federais e representantes de movimentos urbanos, estudantes e religiosos participaram de ato público na praça Alencastro, centro da cidade, para cobrar a agilização do processo de Reforma Agrária no Mato Grosso do Sul.

Depois os manifestantes ocuparam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), onde permaneceram até o final da tarde deste 17 de Abril, quando completa 11 anos do Massacre de Eldorado de Carajás.

Com a lentidão das desapropriações, o MST está acampado em frente ao Incra na capital desde fevereiro. “A Reforma Agrária está parada no Mato Grosso”, diz Itelvina. Além de assentamentos, o MST cobra projetos para infra-estrutura, habitação e crédito para a produção agrícola dos assentados.

No município de Sorriso, 200 famílias ocuparam a fazenda Panorama. Em Nortelândia, aconteceu uma marcha de 15 quilômetros do acampamento Maria Benvinda até o centro da cidade, onde foi organizado um ato público e trabalho voluntário nas praças e escolas.

Em 2006, estava previsto o assentamento de 1.000 famílias do movimento. Receberam o lote apenas 38 famílias. Em todo o estado, há 3.600 famílias vivendo em acampamento à beira de estrada.

No Mato Grosso do Sul, o MST participou de ato público no município de Nova Andradina, na região do Vale do Ivinhema, com 800 pessoas que caminharam dos assentamentos até o centro da cidade para pedir crédito para a produção agrícola, infra-estrutura, casas e escolas.

No município de Sidrolândia, 200 pessoas participaram de ato público na frente da prefeitura contra a impunidade no campo e pela estruturação dos assentamentos. Os sem-terra devem se reunir em audiência com o prefeito da cidade para discutir projetos de infra-estrutura, casas e escolas nas áreas de Reforma Agrária.

No Rio Grande do Norte, o MST seguiu em marcha com 650 lavradores do interior até Natal. Pela manhã, participaram no Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) da manifestação de servidores públicos federais e municipais em defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários.

À tarde, foi realizado ato ecumênico em memória dos 19 trabalhadores rurais mortes em Eldorado dos Carajás e contra a impunidade dos crimes dos fazendeiros no campo. Depois os lavradores seguiram para o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e fizeram protestos pela Reforma Agrária.

A marcha do MST tinha começado na segunda-feira, quando os trabalhadores rurais partiram dos municípios de Ceará Mirim e de Parnamirim.