Trabalhadores ocupam terras improdutivas em Alagoas

O MST realizou três ocupações de terras improdutivas para exigir o assentamento de 3.000 famílias acampadas em Alagoas e denunciar a impunidade depois de 11 anos do Massacre de Eldorado de Carajás.

No município de Porto Calva, no litoral norte, 100 famílias ocuparam a Fazenda Lagoa Redonda, de 2 mil hectares, em um protesto contra a expansão da cana. O latifundiário que controla a área é Edgar Antunes, presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana).

A criação de assentamentos está parada na região. Enquanto isso, empresas e especuladores avançam cada vez mais sobre as terras para ampliar a produção de cana-de-açúcar para exportação por meio da monocultivo, que desemprega os trabalhadores rurais e destrói o ambiente.

No município de Marechal Deodoro, litoral sul do estado, 130 famílias ocuparam uma antiga usina abandonada de cana, conhecida por Sítio Camões, que foi passada para o estado em troca de dívidas do antigo proprietário com o banco estadual.

O MST pede que na área, que tem apenas 37 hectares, seja criado um centro de produção de agroecológicas para abastecer os assentados e pequenos produtores que querem produzir alimentos sem agrotóxicos.

No município de Joaquim Gomes, na zona da mata, 150 famílias ocuparam a fazenda improdutiva Mirim, que tem mil hectares abandonados.

Em União dos Palmares, 900 pessoas do MST e de diversos movimentos sociais do campo fazem pela tarde marcha contra a impunidade no campo e pela estruturação dos assentamentos.

Os sem-terra devem se reunir em audiência com o prefeito da cidade para discutir projetos de infra-estrutura, casas e escolas nas áreas de Reforma Agrária.