Governadora indeniza mutilados no massacre em Carajás

Para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), onde 19 trabalhadores rurais do MST foram assassinados pela polícia do estado. Depois de 11 anos, diante das ações e protestos, a governadora do estado Ana Júlia Carepa (PT) assinou decreto que indeniza os trabalhadores sem-terra vítimas da chacina

O decreto estabelece ainda pensões vitalícias para as vítimas. “O que eu fiz foi reparar uma injustiça, reconhecendo a responsabilidade do governo do Estado”, disse Ana Júlia. A governadora classificou o massacre de Eldorado do Carajás como “um dos episódios que mais envergonhou não só o Pará diante do Brasil, mas o Pará diante do mundo”.

No Pará, os lavradores fizeram ato em Eldorado de Carajás e montaram acampamento com aproximadamente 1,2 mil pessoas no centro da cidade de Belém. Com diversas místicas, os agricultores protestaram contra a violência no campo e exigiram a punição dos acusados do massacre.

“A governadora do Pará em um ato público na curva do ‘S’ [local onde aconteceu o massacre] decretou que o Estado se responsabiliza pelo atendimento e reparação de todas as famílias vitimadas e também a construção de uma infra-estrutura para melhor desenvolver o assentamento”, diz Ulisses Manaças, da coordenação estadual do MST no Pará.

O valor total das indenizações alcança R$ 1,2 milhão. Com o decreto, o governo antecipou as indenizações já solicitadas na Justiça. “Em relação às indenizações, o governo do Estado do Pará se antecipa e quer colocar um ponto final nessas ações judiciais, cumprindo com a sua responsabilidade de reparar um erro”, afirmou a governadora.

No massacre que chocou o Brasil, foram indiciados 144 policiais, ninguém está preso. Dois comandantes foram condenados: o Major José Maria Pereira pegou pena de 154 anos de prisão e o Coronel Mário Collares Pantoja foi condenado a 228, mesmo com as punições ambos continuam em liberdade. Na época do massacre, o estado era governado por Almir Gabriel (PSDB).

Com informações da RadioagênciaNP