VCP aumenta em 50% investimento em área de plantação de eucalipto

Enquanto os movimentos sociais do campo e da cidade alertam contra a degradação do meio ambiente provocado pelo monocultivo de eucalipto, a empresa Votorantim Celulose e Papel (VCP) reviu para cima seus investimentos para 2007, que passam de US$ 240 milhões para US$ 360 milhões. A informação foi publicada em matéria para o Diário do Comércio, Indústria e Serviços do dia 19 de abril.

O incremento de 50% deve-se a novas aquisições de terras para o plantio de eucalipto nos Estados de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul, o que reflete a previsão da companhia de ampliar a capacidade produtiva de suas fábricas no futuro.

“O mercado está absorvendo toda a oferta. Por isso, estamos nos preparando para ampliarmos, mais uma vez, nossa produção”, afirma Alfredo Villares, gerente de Relações com Investidores da empresa.

O volume de vendas da VCP atingiu 414 mil toneladas no primeiro trimestre de 2007, aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo Villares, o crescimento foi impulsionado pela elevação de 13% na comercialização de celulose, principalmente com o exterior, responsável por 83% do volume produzido. No mercado interno, as vendas foram 204% superiores devido às toneladas adicionais da planta de Americana (SP), destinadas exclusivamente para o consumo nacional.

As vendas de papel subiram 3% nos três primeiro meses deste ano, comparando-se com o mesmo trimestre de 2006. “A VCP conseguiu aumentar as vendas mesmo com o desligamento de algumas fábricas”, diz Villares. A companhia concluiu neste trimestre a transferência dos ativos da unidade de Luiz Antônio (SP) para a International Paper (IP), vendeu sua participação de 50% da unidade de Embu (SP) para a Suzano, assinou contrato de venda da unidade de Mogi das Cruzes (SP), e iniciou estudo, para a planta de papel de Jacareí (SP), de eventual associação com a Ahlstrom.

Para 2007, a previsão é de que a produção anual de celulose passe de 942 mil toneladas para 1,070 milhão de toneladas. Entretanto, a estimativa é de que a expedição de papel seja um pouco reduzida e passe de 670 mil toneladas para 500 mil toneladas devido à venda de algumas plantas fabricantes de papel. “Essa estratégia faz parte do plano da empresa de manter o foco no crescimento em larga escala de produção de celulose de mercado e no reposicionamento no negócio de papel”, afirma Villares.

O lucro líquido da empresa no primeiro trimestre foi de R$ 163 milhões, cerca de 3% a mais que no período equivalente no ano passado. De acordo com Villares, o acréscimo está relacionado ao volume adicional de 13% de celulose da fábrica de Americana (SP) e à política de redução de custos da companhia. O resultado do Ebitda foi R$ 233 milhões, valor 23% superior ao registrado no último trimestre de 2006. A receita líquida foi de R$ 724 milhões.

Fonte: DCI