MST, MTL e Fetag se unem no Rio pelo fortalecimento do Incra

Os principais movimentos sociais do campo se uniram para lutar pela Reforma Agrária. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Trabalho e Liberdade (MTL) e a Federação Estadual dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) estão ocupando a superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro desde o dia 26 de abril

Os representantes das três entidades já se reuniram com o superintendente Mario Lucio, e debateram a pauta dos movimentos no estado do Rio. A ação, pacífica, começou com a tomada do espaço em torno do prédio. Os Sem Terra e pequenos agricultores fazem assembléias e reuniões com funcionários do órgão e seguem em vigília permanente.

A manifestação é apoiada pela Associação dos Funcionários do Incra (AssIncra). “Nossa pauta vai na mesma direção. É bom eles virem aqui para perceberem que a Reforma Agrária não anda por causa da falta de condições, não é por má vontade. Estamos juntos nessa luta”, explicou Juca, coordenadora da Associação.

Os trabalhadores defendem a reestruturação do Incra, com mais recursos, contratação de novos funcionários, aumento dos salários, implantação do plano de cargos e carreiras, e garantia da infra-estrutura de funcionamento. O prédio onde está instalada a Superintendência sofre com infiltrações, equipamentos danificados e danos estruturais. Atualmente uma reforma tenta amenizar os efeitos mais óbvios do descaso federal.

Os lavradores estão acampados na sede do Incra e pretendem permanecer no local por prazo indeterminado. Enquanto aguardam soluções para os problemas levados ao Incra, os agricultores participam de atividades culturais e de reuniões de planejamento.

Só no estado do Rio há 1.200 famílias à espera da Reforma Agrária. Em abril, durante a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, o MST realizou duas novas ocupações no estado do Rio visando pressionar o Governo Federal a acelerar os processos de desapropriação e assentamento e também denunciar a violência contra os movimentos sociais. Existem 12 acampamentos ligados ao MST no estado.

Em todo o Brasil, 150 mil famílias esperam ser assentadas.