MST denúncia violência contra famílias acampadas no Paraná

Uma comissão de trabalhadores rurais Sem Terra (MST), se reúnem, hoje, dia 5, com o promotor do Ministério Público do Paraná, Sylvio Roberto Degasperi Kuhlmann, para denunciar a conduta de policiais militares que atuam como seguranças de fazendeiros, em grupos de milícias armadas, na região Norte Pioneiro do Estado.

O MST e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), já encaminharam denuncia à Secretaria de Segurança Pública do Paraná e à Ouvidoria Agrária Nacional, que cobrou providências da Polícia Militar (PM) e Civil, na investigação das agressões.

Um grupo de policias vem amedrontando cerca de 150 famílias Sem Terra acampadas há mais de um ano às margens de uma estrada rural, em frente à fazenda Itapema no município de Jacarezinho. No dia 21 de junho os acampados denunciaram à PM e a Polícia Civil de Jacarezinho, a presença de policiais que rondavam o local, intimidando os trabalhadores com disparos de armas de fogo, durante a noite. Entre os dias 2 e 3 deste mês, reafirmaram as denúncias.

O Tenente Alceu Abilio Costa que preside o inquérito, abriu processo para investigar a participação dos policiais no caso, mas até agora os mesmos continuam trabalhando normalmente.

Fatos

No dia 23 de junho, os Sem Terra flagraram o soldado da Polícia Militar (PM) Maurício Andrade, filmando o acampamento. Segundo as famílias, 13 policiais são parte de um grupo que faz a segurança armada de fazendas da região contra as ocupações do MST.

A fazenda Itapema foi declarada improdutiva, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e está em processo de desapropriação. O que não mudou a situação das famílias, que ainda se encontram em condições degradantes, sem poder plantar, e nem ter para onde ir.

Providências

O MST solicita ao Ministério Público, que investigue a existência de milícias armadas na região Norte Pioneiro do Paraná, que a PM coíba a prática de violência contra as famílias acampadas, e puna os policias que atuam em milícias armada. E também cobra do Incra a desapropriação da fazenda Itapema, para o assentamento das famílias acampadas, nas beira da estrada.