Movimentos e entidades realizam 6ª Jornada de Agroecologia

Construir um projeto popular e soberano, para a consolidação da agroecologia na agricultura brasileira. É com este propósito que cerca de 20 movimentos sociais, entidades de agricultores e Organizações Não Governamental (ONGs) ligadas à agroecologia, realizam a 6ª Jornada de Agroecologia, com o lema “Cuidando da Terra, Cultivando Biodiversidade e Colhendo Soberania Alimentar”. O Encontro acontece de 11 a 14 de julho, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Oeste do Estado.

A Jornada de Agroecologia surgiu em 2002, com objetivo de implementar uma ação permanente e aglutinadora de articulações, em torno da proposta de Agricultura Camponesa Ecológica baseada em uma “Terra Livre de Transgênicos e Sem agrotóxicos”.

O Encontro aponta para a construção de um projeto para o campo, baseado no desenvolvimento de um modelo sustentável de produção de alimentos, que respeite a dinâmica da natureza e contribua na diminuição dos efeitos do aquecimento global. O integrante da Via Campesina, José Maria Tardin, afirma que os camponeses e pequenos agrocultores cobram do governo a implantação de uma política estrutural em torno da agroecologia. “O Brasil conta apenas com ações pontuais. As experiências em agroecologia são resultado da capacidade dos camponeses em administrar com eficiências os recursos naturais disponíveis no seu ambiente”, lamenta.

Para a assessora jurídica da Ong Terra de Direitos, Maria Rita Reis, o maior avanço da Jornada foi ter contribuído para mobilizar organizações e experiência em Agroecologia na luta contra o modelo de produção agrícola do agronegócio, que vem causado destruição ambiental.

A novidade desta edição é a inclusão de mais de 30 seminários temáticos na programação, além diversas oficinas práticas, com trocas de experiências e intercâmbios, que devem chegar a 70. Também está sendo organizada uma feira de sementes e produtos agroecológicos. A estimativa é reunir cerca de seis mil participantes, entre pesquisadores, engenheiros agrônomos, ecologistas e camponeses de várias regiões do país, além de estudantes.

Durante o Encontro estão previstas conferências com vários intelectuais como: o escritor e teólogo Frei Betto; teólogo Leonardo Boff; ex-bispo e candidato a presidente do Paraguai, Fernando Lugo; o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, entre outros.