Famílias do MST ocupam agência da Caixa em Campos (RJ)

Para lembrar o Dia do Trabalhador Rural, 100 famílias Sem Terra ocupam desde as 10 horas da manhã de hoje, 25, a agência da Caixa Econômica Federal em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. As famílias pedem a liberação de recursos para financiar as lavouras e cobram mais créditos para a agricultura familiar.

Em todo o país, outras agências do banco foram ocupadas para alertar a população para o descaso do governo federal em relação aos trabalhadores rurais. O MST denuncia que o agronegócio levará R$ 50 bilhões em recursos federais este ano, enquanto a agricultura familiar receberá menos de R$ 10 milhões.

No Rio de Janeiro, mais de 1.000 famílias permanecem acampadas precariamente à espera de assentamento. O mesmo número de famílias já foram assentadas em 12 áreas, a maioria na região Norte do estado, mas não contam com recursos para desenvolver seus lotes e a produção agrícola. Eles denunciam ainda que faltam licenças ambientais para a implantação dos Projetos de Desenvolvimento dos Assentamentos.

Por outro lado, investimentos municipais e estaduais tem sido desviados para subsidiar o renascimento da indústria canavieira, que vinha em declínio na região desde a década de 80 e ganha novo fôlego com a “febre” do etanol. Boa parte dos trabalhadores rurais Sem Terra em Campos são ex-funcionários de antigas usinas que sofriam com a exploração dos patrões, com o trabalho degradante e com as agressões ao meio ambiente e problemas de saúde gerados pela plantação de cana-de-açúcar.

As terras abandonadas de antigas usinas, como o complexo de fazendas Cambayba, hoje dão lugar a assentamentos que abrigam centenas de famílias aptas a produzirem alimentos de forma saudável e sustentável.