Escola Latino-Americana de Agroecologia completa dois anos

Há cerca de dois anos, no dia 27 de agosto de 2005, os campesinos e campesinas da América Latina conquistavam mais um instrumento na luta pela construção de uma nova matriz de produção, baseada na agroeocologia e na preservação da biodiversidade. Era inaugurada a Iª Escola Latino-Americana de Agroecologia (ELAA) do continente, localizada no assentamento Contestado, município da Lapa, no Paraná.

No próximo domingo (26), estudantes e camponeses realizam um ato público e uma grande festa em comemoração aos dois anos de implantação da ELAA. A atividade terá início as 9h00 com mística e relatos sobre a história de construção da escola, em seguida haverá ato público com a presença de
autoridades e amigos, além de churrrasco e atividades culturais.

A ELAA foi criada em parceria entre a Via Campesina, governo da Venezuela, governo do Paraná, Universidade Federal do Paraná – UFPR e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O objetivo é formar pedagogos e pedagogas em agroecologia que, juntamente com os camponeses irão contribuir para o avanço da agroecologia no campo. Os estudantes são filhos de camponeses e assentados, ligados aos movimentos que integram a Via Campesina, na América Latina.

Para o educador e membro da equipe pedagógica da ELAA, José Maria Tardin, a construção da Escola tem sido fundamental para fortalecer a articulação da Via Campesina Latino Americana, na preparando de jovens de vários movimentos socais para atuar nas comunidades onde vivem. “Também avançamos no entendimento da UFPR, que aprovou a regulamentação do curso, na
parceria com o governo do Estado, com a viabilização das estruturas iniciais e equipamentos. Além de contar com o trabalho voluntário de um grande número de educadores”, comemora.

Com três anos de duração, o curso de graduação é ministrado pela UFPR, que ao término desse período certificará os estudantes como Tecnólogos em Agroecologia. As aulas funcionam em regime de alternância, entre tempo escola e tempo comunidade, com cerca 60 dias cada etapa.

Atualmente, a escola conta com 103 estudantes, que integram a primeira e segunda turma de agroecologia, em funcionamento. A primeira turma está na quarta etapa do curso e a segunda vai iniciar a segunda etapa em outubro.