Marcha da Via Campesina ocupa Incra em Porto Alegre

Na manhã de ontem, dia 12, a marcha pela Reforma Agrária que reúne famílias do MST da região metropolitana, chegou a Porto Alegre. A caminhada percorreu as principais ruas do centro. Os Sem Terras receberam a solidariedade de trabalhadores urbanos e distribuíram panfletos denunciando que as terras do Rio Grande do Sul estão sendo apropriadas por transnacionais para o plantio de eucalipto para celulose para ser exportada, principalmente para os Estados Unidos. Os movimentos defendem que a terra seja usada para produzir alimentos para a população do campo e da cidade.

No início da tarde foi realizado um ato público em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual. Os Sem Terra denunciam o descaso do governo de Yeda Crusius (PSDB) em relação à Reforma Agrária. A governadora extinguiu o gabinete da reforma agrária e agora o estado não tem nenhum órgão responsável pela questão agrária. A política agrária do governo Yeda consiste no aumento da repressão aos movimentos sociais. Em compensação tem dado muito apoio ao agronegócio, especialmente às empresas de celulose.

No meio da tarde os marchantes ocuparam o prédio da Superintendência Estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O objetivo da ação é denunciar a sociedade que a reforma agrária está parada no estado e cobrar do governo federal o assentamento das 2.500 famílias acampadas no estado. A maioria está há mais de cinco anos embaixo da lona preta.

Cerca de 700 pessoas estão em marcha desde terça-feira, dia 11, rumo a Fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul. Além dos acampados do MST também participam da marcha dezenas de pessoas do Movimento de Trabalhadores Desempregados (MTD) e representantes de outras organizações da Via Campesina, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT).

São Luís Gonzaga

Cerca de 500 marchantes da coluna que percorre a região das missões entrou ontem, 11, na cidade de São Luiz Gonzaga e acamparam no parque de exposições. Hoje os Sem Terra permanecem nesta cidade realizando debates com a população.

Pelotas

Os militantes da Via Campesina, a maioria do MST, que realizaram manifestação em frente ao viveiro de mudas da Votorantim em Capão do Leão no domingo, dia 9, seguem para a cidade de Pelotas e acampam em uma área da prefeitura. A marcha fica até o fim da semana em Pelotas fazendo debates com a população principalmente sobre os prejuízos sócio-econômicos e ambientais da expansão da monocultura de eucalipto na metade sul do RS.