Ruralistas ameaçam trabalhadores e incitam conflito em Bagé

A primeira noite dos 500 trabalhadores rurais acampados na cidade de Bagé foi tensa. Na noite desta segunda-feira, dia 17, um grupo de ruralistas, que permanece acampado há poucos metros das famílias Sem Terra, utilizou fogos de artifícios para provocar os agricultores durante a noite.

Por voltas das 20 horas, os ruralistas depredaram a caixa de luz do Parque onde estão acampados os trabalhadores rurais. Dois funcionários municipais que tentaram religar as luzes foram ameaçados de morte pelos latifundiários.

Um Frei capuchinho que acompanhava a marcha também foi ameaçado de morte, teve o carro depredado e os pneus cortados pelos fazendeiros. A Brigada Militar não tomou quaisquer providências.

Os agricultores Sem Terra marcham há uma semana em direção à Fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul. Além dos trabalhadores que estão acampados em Bagé, desde ontem, outras duas colunas de marchantes seguem em direção à fazenda no estado: a marcha que partiu da região metropolitana chega hoje em São Leopoldo e os marchantes da região das Missões estão em Santo Ângelo.

As famílias pedem a desapropriação da área de 9.000 hectares por não cumprir sua função social. Apenas dois empregos fixos são gerados pela fazenda e a arrecadação de impostos para o município é equivalente à quatro pequenos aviários.

A situação em Bagé permanece tensa. Hoje pela manhã, os agricultores recebem a visita do prefeito Luiz Mainardi. O ouvidor da Secretaria de Segurança, Adão Paiani, já recebeu as denúncias das provocações dos latifundiários e deve tomar providências.