Entidades enviam carta a Lula contra a liberação de transgênicos
Em carta encaminhada ao presidente Lula na última semana, entidades que constituem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária questionam a liberação do milho transgênico Liberty Link da Bayer. Na carta os movimentos afirmam que a liberação vai destruir a economia agrícola familiar camponesa do país. (Baixe aqui o documento na íntegra)
No documento, as entidades afirmam que a visão Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio) está viciada, já que a maioria de seus membros está comprometida com o desenvolvimento de transgênicos e não com a avaliação de seus impactos. Além disso, vários integrantes da Comissão possuem conflitos de interesse, pois fazem pesquisas e elaboram pareceres para as empresas transnacionais que dominam o mercado de transgenia.
A liberação do milho foi feita pela CTNBio em maio desse ano, depois de um processo polêmico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) acreditam que a liberação foi feita sem os devidos estudos para garantir que esses produtos não fazem mal à saúde e ao meio ambiente. Isso sem contar a falta de abertura à participação de outros segmentos da sociedade civil. Em agosto, a CTNBio também autorizou a comercialização do algodão Bt Bollgard da Monsanto, também sem critérios ou estudos.
“A liberação comercial dos transgênicos é uma séria ameaça às sementes crioulas e pode inviabilizar a continuidade da construção de um modelo sustentável de agricultura baseado na agroecologia”, diz a carta. As entidades e movimentos sociais esperam que o presidente Lula interfira no processo determinando ao Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) que suspenda as liberações comerciais dos transgênicos, bem como para que o CNBS edite regras que assegurem a coexistência de espécies transgênicas e não transgênicas.