Marcha do MST denuncia lentidão da Reforma Agrária no PR

Cerca de 1.000 Trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de várias regiões do Paraná, realizam marcha na capital do estado, em protesto contra a lentidão da Reforma Agrária. A marcha que acontece hoje, 25, em Curitiba, começou às 9 horas, saindo do Parque Birigui, vai percorre a rua Silva Jardim, Sete de Setembro, até o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Os Sem Terra cobram do governo federal o assentamento das 8.000 famílias acampadas no Estado, cestas básicas, infra-estrutura para os assentamentos, renegociação de dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), assistência técnica para as famílias assentadas e liberação de recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Há um ano e meio as 17 mil famílias assentadas do Paraná se encontram em completo estado de “abandono”, sem assistência técnica. Impedidos de acessar créditos agrícolas, cuja safra se inicia no próximo mês de agosto.

Os assentados também querem a criação de um programa para construção de agroindústrias e o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com a criação de uma política pública de segurança para os produtos que estão em crise, com a compra de 70% da produção de cada família, com produtos desvalorizados no
mercado.

Jornada Nacional

A atividade faz parte de Jornada Nacional de luta realizada durante a semana em vários Estado, para protestar contra a paralisação da Reforma Agrária. Atualmente, cerca de 150 mil famílias do MST permanecem acampadas em todo país, vivem em condições precárias.

O assentamento desses trabalhadores é fundamental para resolver o problema da pobreza e da concentração de renda, gerando cerca de 750 mil empregos diretos, além de inúmeros indiretos.

No entanto, a atual política econômica do governo federal abandonou a agricultura camponesa, e vem atuando em defesa do agronegócio e do latifúndio. A contradição é clara ao comparar a liberação de recursos para os dois setores. Na safra 2006/2007, enquanto a o governo repassou R$ 50 milhões para o agronegócio, a agricultura camponesa recebeu R$ 10 bilhões.

A mobilização não tem prazo determinado para acabar. O fim dos protestos dependem do atendimento da pauta de reivindicações do MST.