Governo isenta Aracruz e vai recuperar área indígena

Vinicius Mansur,
Radioagência NP

A área invadida pela multinacional Aracruz Celulose que será devolvida, por determinação do Ministério da Justiça, às comunidades indígenas, será recuperada pelo governo federal. A decisão foi comunicada aos índios em uma reunião para definir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), na semana passada.

A plantação intensa de eucalipto na área de mais de 11 mil hectares castigou o solo e contaminou rios, de acordo com o representante da comissão de caciques da região, Jaguareté. A liderança indígena reforçou a necessidade de reparação do local para que ele se torne habitável, mas se mostrou insatisfeito com a isenção da Aracruz.

“Quem fez a degradação da terra foi a Aracruz Celulose. Nos achamos que ela tem que ser responsabilizada sim. Mas o governo entendeu que ele foi omisso e tem que assumir essa responsabilidade de recuperação. Nos precisamos garantir tanto por parte da Aracruz ou por parte do governo que, pós a celebração deste TAC e a retirada da madeira, que as ações sejam executadas nestas comunidades”.

Na reunião também ficou acertado que um estudo ambiental será feito para avaliar o impacto da degradação e para definir como será feita a recuperação. O governo também prometeu a elaboração de projetos de auto-sustentabilidade para os Tupiniquins e Guaranis. Jaguareté afirmou que a Aracruz ofereceu R$ 3 milhões à Fundação Nacional do Índio (Funai) para a implantação de programas sustentáveis no local.

Jaguareté afirmou que a madeira presente no local não ficará sob posse indígena. Na reunião, o presidente da Funai, Márcio Augusto Freitas de Meira, garantiu que existem recursos para indenizar a Aracruz por isso, mas eles preferem investir este dinheiro na comunidade.