Brigada Militar impede marcha do MST à Não-me-Toque

Cerca de 500 Sem Terra está sendo impedidos pela Brigada Militar de prosseguir em marcha até a cidade de Não-me-Toque, Rio Grande do Sul. As famílias, que integram uma das três colunas do MST que marcham em direção à Fazenda Coqueiros, no norte do estado, estão na beira da RS-142, a 2 quilômetros da cidade. Os marchantes querem seguir até o assentamento Libertação Camponesa, onde devem ficar até o dia 6 de novembro, data da nova audiência pública com o governo federal para tratar da Reforma Agrária no estado.

A Brigada Militar não está permitindo que as famílias se aproximem da cidade. Os policiais também querem fazer uma nova revista nos pertences dos Sem Terra a fim de apreender o material de trabalho carregado pelos trabalhadores, como foices e facões, e pretendem impedir a presença das crianças na marcha, atendendo às ações das promotorias de Passo Fundo e Cruz Alta.

A coordenadora da marcha, Irma Ostroski, critica a postura da Brigada Militar. Para ela, a ação visa humilhar as famílias sem terra. “Não há necessidade da Brigada fazer nova revista e querer impedir as crianças de marcharem, já que estamos indo ao assentamento, onde ficaremos acampados até o dia 6 de novembro, como o combinado com o governo. Os policiais querem humilhar as famílias”, diz.

As outras duas colunas do MST se encontram em Passo Fundo e em Sarandi.