Justiça de Cascavel solta pistoleiros que atacaram Sem Terra

No mesmo dia em que o segurança que atirou em Valmi Mota de Oliveira, Keno, 34 anos, foi reconhecido pelos trabalhadores rurais, o Poder Judiciário de Cascavel tomou a decisão de soltar os sete pistoleiros presos em flagrante no último domingo, dia 21, após o assassinato de Keno.

O Ministério Público havia pedido a prisão preventiva dos pistoleiros, por entender que a medida era essencial ao esclarecimento dos fatos. Dos sete, seis negaram-se a falar perante a Policia Civil.

Para Darci Frigo, da Organização Terra de Direitos, “a decisão judicial é absolutamente inadmissível e desprovida de fundamento. Os pistoleiros presos em flagrante não contribuiram para a investigação; não esclareceram as circunstâncias em que ocorreram os fatos. A manutenção de suas prisões era essencial para as investigações e para a aplicação da lei”, denuncia.

Para a Via Campesina, a decisão do Poder Judiciário deixa evidente o comprometimento do poder local com a Sociedade Rural do Oeste do Paraná (SRO) e a Syngenta. O Poder Judiciário tornou-se co-responsável pela atuação das milícias privadas no Paraná e assim contribui com a impunidade no Estado.

Os advogados da Syngenta estão desde ontem, dia 28, em Cascavel, reforçando a
defesa dos pistoleiros.