Impactos Econômicos, Sociais e Ambientais Devido à Expansão da Oferta de Etanol no Brasil
A forte tendência de expansão das plantações de cana de açúcar para a produção de etanol objetivando atender, sobretudo, à demanda de curto e médio prazo do mercado internacional, de uma área plantada na safra 2007/2008 de 6,9 milhões de hectares para uma previsão de 28 milhões de hectares em 2017, tem provocado impactos econômicos, sociais e ambientais que tornam essa estratégia de crescimento, do ponto de vista social e ambiental, insustentável.
O processo de concentração da renda e da riqueza no campo com reflexos na concentração e desnacionalização da propriedade da terra, na desarticulação dos territórios e da economia camponesa, na ampliação dos desmatamentos e da poluição ambiental, assim como o aumento da exploração da força de trabalho para a colheita da cana de açúcar, sugere que o setor do agronegócio contribui de forma decisiva para a dependência neocolonial da economia brasileira perante o EUA, os paises desenvolvidos da Europa e o Japão.
Esse modelo econômico relacionado com a expansão da oferta de etanol reafirma a matriz produtiva e a de consumo nacional e mundial que fortalece o desperdício, a artificialização da agricultura e o consumismo irresponsável e perverso. E, como consequência geral, amplia as desigualdades sociais.