Mato-grossenses pedem plano estadual contra escravidão

Vinicius Mansur,
da Radioagência NP

Mais de 200 pessoas que participaram da audiência pública “Justiça Social e Trabalho com Dignidade”, no estado do Mato Grosso (MT), pediram a aprovação e implementação de um plano estadual para a erradicação do trabalho escravo até o final deste ano. A audiência foi promovida pelo Fórum de Erradicação do Trabalho Escravo, do Trabalho Infantil e de Proteção ao Meio Ambiente.

Uma proposta inicial de plano foi submetida a uma avaliação da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) mas, de acordo com o presidente da Associação Mato-grossense dos Auditores Fiscais do Trabalho, Valdiney de Arruda, nada caminhou.

“O plano estadual nasce de uma visita da Conatrae, uma pressão política, no ano em que estava proposta a reeleição do governador do estado. Passado o período eleitoral, obviamente, não teve mais vontade política nenhuma de dar prosseguimento a este plano. Todos sabem que o governador do estado, a política economicamente vem do setor ruralista e, logicamente, toda sua base de sustentação vem do setor rural”.

Segundo Valdiney, o governador Blairo Maggi (PR) só apoiou a criação de um plano porque, as vésperas da eleição, precisava dar uma resposta a troca de tiros envolvendo a Polícia Militar do estado e a Polícia Federal, ocorrida em fevereiro de 2006. O incidente ocorreu durante a investigação do grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho em uma fazenda no município de Nova Lacerda (MT).

De acordo com Valdiney, o governo estadual não fez nenhuma previsão orçamentária para execução do plano em 2008, mas uma série de audiências públicas será realizada em todo estado para continuar pressionando o governo.