Jejum de Frei Luiz Cappio contra transposição recebe apoio da comunidade

Cresce apoio ao frei Luiz Flávio Cappio, que continua com jejum em defesa do rio São Francisco, em Sobradinho, Bahia. No início da tarde de hoje, dia 28, o bispo da diocese de Juazeiro, Dom José Geraldo, visitou e reforçou a solidariedade ao ato. No local já foram montadas duas exposições, uma de fotografias e outra com alternativas de convivência com o semi-árido, além de duas estruturas cobertas com palha para servir de abrigo para as pessoas que não param de chegar.

Pelo menos quatro religiosos, que estão no local, fazem jejuns que devem durar de um a dois dias, em solidariedade e apoio ao ato do bispo. Além disso, os irmãos dele acompanham a movimentação na capela de São Francisco. O local dista cerca de 3 km das águas do rio, que segundo o bispo “seria muito bom que estivesse na UTI, mas está na fila do SUS e sem saber se vai ser atendido”.

Sobre as declarações do presidente de Lula e do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, Dom Luiz diz que “eles deveriam ser mais francos e sinceros, eles não têm coragem de falar a verdade”. Ainda comentou que Geddel, antes de ser ministro “era totalmente contrário à transposição”.

“Eu não quero morrer” – Com essa e outras afirmações Dom Luiz Cappio falou ontem durante a missa que celebrou para mais de 300 pessoas, segundo o pároco local. Ele disse que o ato acontece por ter “muito amor à vida” e completou “por amor ao rio, amor ao povo beradeiro do São Francisco e ao povo nordestino”.

A celebração durou cerca de uma hora e deve se repetir durante todos os dias em que o bispo permanecer em jejum. Estudantes organizaram uma homenagem ao frei e em um grande cartaz afirmavam solidariedade pela atitude “de dar a vida em prol do rio São Francisco, patrimônio de nós ribeirinhos”, em seguida ele cumprimentou dezenas de pessoas. Hoje por volta das 6h30 da manhã, ele rezou o terço junto com algumas pessoas da comunidade.

Fonte: Articulação do São Francisco – Não à Transposição: conviver com o semi-árido é a solução