Acampamento Che Guevara sofre ameaça de despejo em SP

Na manhã de hoje, dia 7, as 200 famílias que compõem o acampamento Che Guevara receberam uma liminar de reintegração de posse da fazenda Eldorado, ocupada no último sábado, 2 de dezembro. Os Sem Terra foram pegos de surpresa, já que a juíza Daniela Buceli, que assina a reintegração, tinha se comprometido a analisar o projeto durante dez dias, antes de tomar uma decisão.

O oficial de justiça chegou ao acampamento com a liminar, acompanhado de policiais em nove viaturas, e tentou, sem sucesso, realizar um despejo irregular, sem considerar o prazo determinado pela reintegração.

Neste momento, uma comissão do MST está reunida em audiência com a juíza, o comando da polícia e representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para tentar resolver o impasse. A fazenda Eldorado, assim como muitas outras áreas na região, é improdutiva e não cumpre sua função social.

Acampamento Che Guevara

Os trabalhadores do acampamento Che Guevara ocuparam, em 14 de abril deste ano, a fazenda Belém, em Franco da Rocha, grande São Paulo. A área estava abandonada, situação comum na região. Em 27 de abril, receberam uma liminar de reintegração de posse e passaram a ser ameaçados de despejo por policiais e autoridades políticas locais.

Em 21 de maio, as famílias saíram da fazenda Belém e estabeleceram o acampamento Che Guevara na fazenda Iracema, em Cajamar. A área de 180 alqueires apresentava degradação ambiental e não cumpria sua função social. No dia 13 de julho, os Sem Terra voltaram a ocupar a fazenda Belém, pois área teve comprovada sua improdutividade.

Na manhã de 1° de dezembro, os trabalhadores e trabalhadoras estabeleceram o acampamento Che Guevara na fazenda Eldorado, que fica a 12 km do centro de Valinhos. Os Sem Terra exigem a desapropriação das áreas improdutivas que foram ocupadas e também que o Incra faça vistoria nas fazendas improdutivas na grande São Paulo.