Via Campesina adere a jejum em apoio a frei Cappio no Rio Grande do Sul

Cinco membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que integram a Via Campesina aderiram, na manhã desta terça-feira, dia 18, ao jejum que está sendo realizado em apoio à greve de fome do frei Luiz Flávio Cappio e contra a transposição do rio São Francisco.

Desde ontem, oito ambientalistas e integrantes de partidos políticos (PT e PSOL) estão em jejum na Praça da Matriz, em frente ao Tribunal de Justiça, em Porto Alegre. Hoje, também deve aderir ao manifesto uma representante do Sindicato dos Professores da Educação Pública do RS (CPERS Sindicato).

O jejum dos gaúchos prossegue até esta quarta-feira, dia 19, quando a Justiça Federal reavalia o embargo das obras de transposição. Hoje completam 22 dias da greve de fome do bispo do município de Barra, da Bahia, contra as obras do governo federal que desviam o curso do rio. Em 2005, o religioso também iniciou um jejum que foi interrompido com a promessa do presidente Lula de expandir a discussão sobre o desvio do rio. Cappio e demais organizações sociais reclamam que os debates não foram realizados e, mesmo assim, o governo federal já iniciou as obras em Pernambuco.

Organizações contrárias à transposição afirmam que existem outras alternativas à seca, como as ações descritas no Atlas do Nordeste, apresentadas pela Agência Nacional de Águas (ANA). O sistema de cisternas é uma das medidas mais defendidas, pois custa menos e não prevê o desvio de curso do rio.