Entidade pede fim de pesquisas com árvores transgênicas

A Rede Latino-americana contra as Monoculturas de Árvores (RECOMA), entidade com representação em 16 países, enviou cartas aos governos do Brasil e do Chile pedindo a suspensão das pesquisas que estão sendo realizadas com árvores geneticamente modificadas.

Em nota distribuída à imprensa, a Rede informa que a solicitação está baseada na decisão tomada na última Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, que solicita aos governos que adotem “enfoques de precaução ao tratar a questão das árvores geneticamente modificadas”.

Na sua mensagem, a RECOMA também demonstra preocupação pelo fato de a manipulação genética realizada apontar para a consolidação e expansão de um modelo de monocultura de árvores que já tem resultado em graves impactos sociais e ambientais. O uso de árvores transgênicas agravaria ainda mais os impactos já constatados sobre a água, uma vez que a necessidade de crescimento mais rápido das árvores significaria um uso mais intenso de água pelas plantações.

Na carta enviada ao governo brasileiro, é ressaltada a tentativa de aumentar a tolerância das árvores ao herbicida glifosato, o que produzirá impactos socioambientais ainda maiores, como a destruição da flora local e problemas de saúde nas pessoas. Também, a pesquisa que está sendo realizada para obter eucaliptos com uma maior quantidade de celulose e consequentemente uma menor quantidade de lignina, componente que garante a força estrutural da árvore, a deixará mais frágil e menos resistente às ventanias, o que pode causar graves danos.