Primo de Blairo Maggi utiliza trabalho degradante em fazenda

Da Agência Repórter Brasil

O grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho resgatou 41 pessoas de trabalho degradante na Fazenda Vale do Rio Verde, em Tapurah (MT), região norte do estado, na última sexta-feira (18/01). Desde 2006, a propriedade está arrendada para o Grupo Bom Futuro, que tem como diretor-presidente Eraí Maggi (primo do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi).

Apenas na fazenda fiscalizada, há cerca de nove mil hectares de soja e algodão plantados. Segundo o próprio grupo, a Vale do Rio Verde representa cerca de 5% do total da produção de algodão no estado.

Os 41 resgatados faziam a retirada do mato dos plantios de algodão e, sem nenhum Equipamento de Proteção Individual (EPI), recebiam “chuvas” de agrotóxicos que eram jogadas de avião. Enquanto os fiscais estavam na propriedade, uma pessoa que havia entrado em contato com agrotóxico passou mal e foi levada para o hospital. As condições de trabalho no campo e de alojamento também não seguiam as normas legais.

Pelo excesso de infrações, as atividades na fazenda foram interditadas, mas voltaram ao normal nesta terça-feira (22/01).

A Fazenda Vale do Rio Verde é reincidente no Artigo 149 da Constituição, que versa sobre trabalho escravo e degradante. Foi flagrada cometendo este crime em 2001 e esteve na lista suja do trabalho escravo – a relação dos empregadores flagrados submetendo trabalhadores à condição análoga à de escravo – de julho de 2005 a julho de 2007.