Construção da usina de Estreito é debatida com MPF

Movimentos sociais que integram a Via Campesina, MPF (Ministério Público Federal), Ibama e Ceste (Consórcio Estreito Energia) estão reunidos desde às 9h da manhã de hoje para chegar a uma decisão sobre a situação que agustia comunidades ribeirinhas e quilombolas do Maranhão e Tocantins.

Há sete dias 400 pessoas ocuparam o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Estreito, no município de mesmo nome, no Maranhão. Com a ocupação, os movimentos sociais exigem a paralisação das obras da usina e das demais a serem construídas pelo Ceste (Consórcio Estreito Energia) ao longo do rio Tocantins, para que seja feito um novo levantamento de impacto ambiental, pois o realizado anteriormente omite que cerca de 20 mil pessoas serão atingidas diretamente pela barragem, além de comunidades quilombolas do Bico do Papagáio.

O Ceste, é formado pelas empresas Vale, Alcoa Alumínio, Billiton Metais (BHP), Camargo Corrêa Energia, e Tractebel. A hidrelétrica com potência de 1.087 MW, se construída, vai formar um lago de 555 km2, e inundará uma área de 400 km². Serão 21 municípios afetados.

A reunião de hoje definirá o futuro da ocupação e das populações que poderão ser afetadas pela usina. Os movimentos exigem que o Ceste cumpra um amplo acordo ambiental que conserve as áreas ao redor da usina e as atividades das comuidades que dependem da preservação do ecossistema da região. Caso contrário, que as obras sejam paralisadas imediatamente para que a população discuta o projeto.

No momento, 1.800 pessoas mantêm a ocupação. Há cinco dias foi emitido um mandato de reitegração de posse para a Ceste, porém seu cumprimento depende dos resultados da reunião de hoje. Os movimentos planejam realizar um assembléia logo após a reunião para decidir o rumo da mobilização.

Vários políticos e personalidades apóiam a ação dos movimentos. O chefe de gabinete do senador José Nery (P-Sol), Luiz Araújo, está no município de Imperatriz para participar da reunião. Quem também se posicionou contra a barragem de estreito é a ONG Humanos Direitos, na qual participam atores da rede Globo, como Letícia Sabatela. Ela e outros atores gravaram, no período de outra manifestação ocorrida em 2007, um vídeo prestando apoio às manifestações e alertando sobre os impactos nas comunidades tradicionais dos vários municípios que serão atingidos. A seguir, confira a mensagem transmitida pelos atores.

Barragem de Estreito deixará 20 mil pessoas desabrigadas