No ES, mobilizações em seis municípios por crédito

Na manhã de hoje (16/04), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está realizando mobilizações nas agências bancárias da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil em seis municípios do estado, entre eles Pinheiros, Pancas, Santa Teresa, Cachoeiro do Itapemirim, São Mateus e São José do Calçado. A atividade faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária e estão participando cerca de 1000 trabalhadores e trabalhadoras rurais em todo o estado.

No município de Cachoeiro do Itapemirim, além da mobilização nas agências bancárias, haverá a entrega de um documento, na Justiça Federal, que questiona a morosidade da justiça nos processos de desapropriação das áreas indicadas para a criação de assentamentos.

O objetivo dessa Jornada é exigir o assentamento de todas as famílias Sem Terra acampadas, bem como investimentos públicos nos assentamentos, como crédito para produção e habitação rural.

O MST avalia que a Reforma Agrária está parada no país. Existem famílias acampadas há mais de cinco anos, vivendo em situação bastante difícil à beira de estradas e em áreas ocupadas, que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio. Atualmente, existem cerca de 150 mil famílias do MST acampadas no Brasil.

As ações da jornada estão sendo realizadas nas agências bancárias porque o MST reivindica também um novo crédito para as famílias assentadas. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é insuficiente para atender ao público da reforma agrária e da agricultura familiar, pois o volume de recursos não atende a todos os setores.

A jornada também reivindica agilidade no programa de habitação rural. Há demanda para a construção de mais de 100 mil unidades de habitações rurais. O governo havia se comprometido em contratar 31 mil unidades até o final do ano passado, apenas 8 mil foram contratadas e destas somente 2 mil foram destinadas para assentamentos.

Para o MST, o avanço das empresas do agronegócio impõe a paralisação da Reforma Agrária. Os trabalhadores rurais têm de disputar terras e investimentos públicos (como crédito) que deveriam ser destinadas à reforma agrária com as transnacionais da agricultura.

Outro grande empecilho para a efetivação da reforma agrária é o Poder Judiciário, que emperra os processos de desapropriação dos latifúndios, tornando lenta a criação dos assentamentos e a liberação de áreas para as famílias Sem Terra. Somente no ES, são mais de 15 áreas com decreto de desapropriação embargado na Justiça.