Desmatamento na Amazônia cresce 774,48% em um mês

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou, nesta segunda-feira (02/06), dados sobre o desmatamento na Amazônia Legal, referentes ao mês de abril deste ano. De acordo com o sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo real), houve um aumento de 774,48% no desmatamento na região. Em março de 2008, foram 145 km² de novas áreas desmatadas, já em abril, este número passou para 1.123 km², área equivalente à cidade do Rio de Janeiro.

70% por cento da degradação (794 km²) estão no estado de Mato Grosso. Em março, o sistema havia registrado 112 km² no estado. Roraima e Rondônia são, respectivamente, os outros dois estados que dividem o podium com Mato Grosso.

Os números confirmam a tendência de aumento da devastação registrada desde o fim de 2007, após três anos consecutivos de queda. Os cálculos foram feitos com base em imagens de satélite do Deter, que identifica áreas desmatadas ou com floresta em estágio avançado de degradação acima de 25 hectares. O Inpe não tem como determinar em que mês uma área foi desmatada, apenas o momento em que o corte foi detectado.

Cerca de 17% da Amazônia já foi desmatada nos últimos 20 anos – 4 milhões de km2, área equivalente aos territórios de Minas Gerais, Rio e Espírito Santo. Em média, isso equivale a um campo de futebol destruído a cada 10 segundos.

O recém empossado ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, aponta que o desmatamento é resultado do aumento do preço da carne e da soja. Ele aponta que os produtores do agronegócio, estimulados com o bom preço, têm invadido áreas Amazônicas para plantio e pastoreio.