Setor agrícola demitiu 700 mil pessoas em 30 anos em SP

Da Radioagência NP

O setor agrícola brasileiro demitiu mais de 700 mil pessoas nos últimos 30 anos no estado de São Paulo. A informação pertence a um estudo realizado pelo campus de Marília da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A pesquisa mostra que a mecanização das lavouras, o crescimento de alguns cultivos e a concentração de terras são os principais fatores do problema. Nos anos 90, a cana, por exemplo, representava 33% das culturas mais plantadas em São Paulo. Já em 2006, ela representava 56%.

O professor docente e autor do estudo, José Marangoni, afirma que no caso do algodão, as inovações tecnológicas e a concentração fundiária ocorridas nesse período diminuíram o número de empregados por hectare em mais de 80%. No caso do trigo o número é de 70%.

“Grande parte desse êxodo foi resultado das modificações que ocorreram no campo. Tivemos um processo de modernização conservador, um processo de concentração ainda maior da terra. E as políticas que foram implantas favoreceram esse modelo, mesmo porque, temos também perda de participação dos proprietários agrícolas de São Paulo. Houve uma redução bastante acentuada do número de proprietários.”

Se o número de trabalhadores diminuiu mais de 60% entre 1971 e 2004, o de máquinas agrícolas triplicou entre 1970 e 2000.

Marangoni defende que é preciso uma mudança de modelo para o desenvolvimento sustentável do campo que reverta esse processo de êxodo. Ele lista algumas alternativas.

“Associação de produtores, produção de mercadorias de maior valor agregado que tenham preocupação em abastecer mercados locais e regionais e a própria redistribuição da terra.”