Livro resgata história de personagem da luta por Reforma Agrária no Pará

Publicado pela Editora Expressão Popular, o livro resgata a história das lutas pela redemocratização do país, tendo como eixo central a trajetória do advogado João Carlos Batista. O biografado, irmão do autor, teve atuação destacada na reconstrução da UNE, rearticulação do movimento sindical e nos movimentos sociais ocorridos entre 1978 e 1988, ano em que foi morto, quando exercia o mandato de deputado estadual no Pará. Sua morte foi conseqüência da sua atuação ao lado dos movimentos de trabalhadores rurais na defesa da reforma agrária e contra a violência no campo. João Batista foi, ainda, ao lado de centenas de trabalhadores rurais, religiosos e advogados mortos, o único parlamentar assassinado no Brasil após redemocratização.

O livro analisa a concentração fundiária no Brasil, denuncia às milícias privadas, resgata a fundação, o funcionamento da UDR e a conivência de certos agentes públicos que colocaram a estrutura pública a serviço dos latifundiários. Mostra dados sobre a propriedade rural e a produção agrícola no país. Fala da destruição ambiental causada pelas transnacionais, interessadas no agronegócio e no biocombustível.

Há um capítulo que conta como foi o assassinato do deputado. Denuncia o descaso das autoridades em investigar o crime, a reação dos camponeses após a morte do deputado, a busca pela punição dos pistoleiros e mandantes e divulga uma relação com nomes de latifundiários, denunciados em vida por Batista e após o seu assassinato, como envolvidos em mortes de trabalhadores rurais e seus companheiros de luta.

A obra fala dos mártires da luta pela terra no Brasil. Analisa o porquê do esquecimento da memória do único parlamentar assassinado no Brasil depois do fim da ditadura.

Para João Pedro Stedile, que escreveu o prefácio, o livro “é importantíssimo e vem em muito boa hora. Ele é um registro fiel das entranhas e detalhes da luta de classes na Amazônia. Ele é o retrato da vida e dedicação de um dos melhores filhos da classe trabalhadora. Que pagou com a própria vida, sua coerência.”

Serviço:

31/8 – 18h30 – Café Literário – Feira do Livro de Brasília

SOBRE O AUTOR

Pedro César Batista é jornalista investigativo, poeta e escritor, pauta a sua carreira em temas sociais, políticos e nas questões relacionadas com os Direitos Humanos. Em 1979 publicou seu primeiro livro, Tudo tem, composto de poemas. Em seguida editou: E aí? (1980), Letras livres (1982), Poesia matutai (1983), Coração de Boi (1984), Sonhos reais (1996) e 63 poemas de amor para uma flor dos pampas no cerrado (2004). Participou ainda das coletâneas Revoada de poetas em Ilhéus (1980) e Enluadonovo (1983). Em 1991 publicou, pelo CEPE, Conivência e impunidade, sobre a violência no campo. Em 2004 lançou Gilson Meneses, o operário prefeito. Experiências e desafios, sobre a greve ocorrida em maio de 1976, em São Bernardo do Campo (SP) e a primeira administração municipal do Partido dos Trabalhadores no Brasil.

Em 2006, pela Thesaurus Editora, lançou Marcha interrompida, romance histórico, baseado no massacre ocorrido em 1996, na cidade de Eldorado dos Carajás (PA). Este livro foi lançado, em junho de 2008, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque (EUA).

Seu décimo terceiro livro, João Batista, mártir da luta pela reforma agrária. Violência e impunidade no Pará, lançado pela Editora Expressão Popular, retoma a questão agrária e a violência no campo.

Trabalha como assessor sindical da Unacon (União Nacional de Analistas e Técnicos de Finanças e Controle) e é membro da ONG Movimento de Olho na Justiça.

João Batista, mártir da luta pela reforma agrária. Violência e impunidade no Pará – 280 páginas. Editora Expressão Popular