Protestos marcam Dia Internacional dos Direitos Humanos

Nesta quarta-feira (10/12), movimentos sociais, entidades e outras organizações promovem manifestações pelo Dia Internacional dos Direitos Humanos. O principal objetivo é mostrar a insatisfação da população pobre com a política de segurança pública do Estado, suas ações truculentas nas comunidades carentes e denunciar o assassinato de centenas de trabalhadores nas favelas cariocas.

As manifestações têm início com uma vigília, a partir das 8h, na Praça Mahatma Gandhi, no Centro, pelas vítimas da violência no Rio de Janeiro, que permanecerá até as 24hs do mesmo dia.

Às 9h terá início uma marcha, com concentração em frente ao Fórum de Justiça, e seguirá para a Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro), aonde serão apresentadas denúncias de violações aos Direitos Humanos, como a chacina do Complexo do Alemão, da Providência, o assassinato do militante do MST, Keno, pela segurança privada da transnacional Syngenta Seeds, em outubro de 2007, no Paraná, dentre outros.

Ainda, durante as manifestações será lançada a “Marcha Mundial pela Paz e pela Não-Violência”, que acontece em diversos países do mundo durante o ano de 2009. Em seguida, em caminhada, os manifestantes seguirão à Praça Mahatma Gandhi, dando continuidade à vigília.

Durante a Vigília, às 16hs, o Ministro Paulo Vannuchi estará .presente para o lançamento Revista Nacional de Direitos Humanos, promovida pelo governo. Também neste horário será votada na Alerj, a CPI das Milícias. Às 18h haverá um ato ecumênico e às 20hs as luzes serão apagadas e velas serão acesas, simultaneamente em 13 comunidades.

Participação da organização: Movimento Humanos Direitos; Fórum Social Mundial; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; Comissão de Direitos Humanos da Alerj; Circo Voador; Ação da Cidadania; Sesc; Rede Rio Criança; Marcha Mundial pela Paz; Instituto Solidariedade; Associação das Vítimas de Violência do Rio de Janeiro; Grupo Pela Vidda; Plenária dos Movimentos Sociais; Instituto de Defensores dos Direitos Humanos; Justiça Global; FIST; Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência; Grupo Tortura Nunca Mais; Projeto Legal; Movimento Humanista; Movimento dos Trabalhadores Desempregados; Movimento Direito para Quem?; Mandato Marcelo
Freixo; Federação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro.

Segue abaixo, manifesto do ato.

“Os sucessivos governos já deixaram claro o seu compromisso com a manutenção de uma política de extermínio que nos remete aos velhos tempos da ditadura. Outrora, o extermínio de todos que se contrapusessem ao regime, hoje a criminalização da pobreza e daqueles que lutam.

O atual governo do estado do Rio de Janeiro é responsável por um aumento vertiginoso do número de “autos de resistência” – civis mortos pela policia. Em 2007 foram computados 1330 registros. Nos primeiros três meses de 2008, foram registrados 358, o que representa um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2007. Dados do encerramento do primeiro semestre desse ano apontam 849 mortes.

O custo humano dessa política de governo não se justifica! Hoje temos a polícia que mais mata e mais morre no mundo, num quadro trágico que já alcançou índices recordes, jamais vistos anteriormente.

Por isso nos lutamos no dia 10/12: para lembrar que 60 anos da declaração de direitos humanos já se passaram e os mesmos que a assinaram promovem uma política de extermínio que tem como conseqüência as chacinas do Alemão, de Acari, Borel, Caju, Coréia, Lins, Baixada, Candelária, Vigário Geral, o extermínio de 3 jovens na Providência. Além das que atingiram nosso estado, também recordaremos 12 anos do massacre em eldorado dos Carajás, a morte de Keno – militante do MST – pela Syngenta, os 111 presos exterminados no Carandiru e tantos tristes episódios que, além dos diários, memoram as trágicas conseqüências dessa política.

Acusamos os governos de genocídio, racismo, tortura e fascismo e exigimos: parem de matar os nossos jovens! Queremos justiça e uma profunda mudança na atual política de segurança pública! Chega de Milícia! Abertura dos arquivos da ditadura já: nossa memória é nossa história!”

CABRAL, CHEGA DE EXTERMÍNIO!