Movimentos exigem cancelamento do leilão do petróleo

Do Brasil de Fato

Cerca de 250 integrantes da Via Campesina, Assembléia Popular e Sindicato dos Petroleiros ocuparam, na manhã desta segunda-feira (15/12), o hall de entrada do MME (Ministério de Minas e Energia), em Brasília. O ato faz parte de uma jornada nacional de lutas contra a 10ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, marcada para o dia 18 de dezembro.

Os trabalhadores conseguiram uma audiência com secretário-executivo do Ministério, Marcio Zimmermann, e com o secretário de Petróleo e Gás do Governo Federal, Lima Neto. A integrante da Via Campesina Maria Costa avalia que o encontro foi frustrante, já que o governo não sinalizou possibilidades de mudança. “Saímos insatisfeitos porque a postura do Ministério foi simplesmente ouvir, e não repensar a questão do leilão”, afirma.

O principal argumento do Ministério, relata Maria, é de que modificações na realização dos leilões dependem não apenas da pasta, mas sim de todo o governo. Sobre a questão do marco legal, por exemplo, foi alegado que as alterações estão subordinadas, fundamentalmente, às votações no Congresso. Segundo a integrante da Via Campesina, os trabalhadores devem intensificar as atividades nesta semana, dada a posição inflexível do governo. “Vamos seguir com as mobilizações, ocupar o que tem que ocupar, porque o governo tem que se dar conta da irresponsabilidade que está comentendo”, explica.

Nesta terça-feira (16/12), petroleiros de todo o país iniciam uma vigília na Candelária, em frente à ANP (Agência Nacional do Petróleo), no Rio de Janeiro, com a realização de um grande ato-show na quarta (17/12), a partir das 17h, que terá a presença de estudantes, funcionários públicos estaduais e federais e vários movimentos sociais. A vigília se estenderá até a quinta-feira (18/12), dia marcado para a 10ª Rodada de Licitação do Petróleo

Ainda na terça-feira, petroleiros de Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Paraná e Santa Catarina e de outros estados paralisarão as atividades, com o objetivo de pressionar o governo contra o leilão.

Além dos atos públicos, será impetrada uma ação civil pública, que visa a suspender a 10ª Rodada, por via judicial.