Atingidos pela Barragem de Tucuruí realizam assembléia

Nesta segunda-feira (26/02), em Tucuruí, no Pará, cerca de mil trabalhadores participam da Assembléia Geral dos Atingidos e Atingidas por Barragens que tem por objetivo buscar soluções para os problemas causados pela hidrelétrica de Tucuruí, pendentes há mais de 25 anos. Foram convidados representantes do governo estadual, federal e municipal, parlamentares, além da empresa Eletronorte, responsável pela hidrelétrica.

Segundo estudo do Inpa (Instituto de Pesquisa da Amazônia), as conseqüências sociais e ambientais da hidrelétrica de Tucuruí foram, e continuam a ser, negativas e prejudiciais. Algumas delas: o deslocamento da população na área de inundação e a sua realocação subseqüente devido a uma praga de mosquitos Mansonia; o desaparecimento da pescaria que sustentava, tradicionalmente, a população a jusante da barragem; os efeitos sobre a saúde devido à malária e a contaminação por mercúrio; e o deslocamento de grupos indígenas (Parakanã, Pucurui e Montanha).

Ainda segundo o Inpa, quase dois terços da energia gerada por Tucuruí serve para abastecer a indústria de alumínio. Enquanto isso, as famílias que moram nas ilhas formadas pelo lago da usina estão sem energia elétrica, mesmo após cerca de 30 anos da construção da barragem.

De acordo com Roquevan Alves, do MAB, “desenvolvimento para nós é resolver os problemas e melhorar a vida do povo. Não vamos mais tolerar tamanho descaso com os atingidos”. A Assembléia vai acontecer na Igreja Quadrangular, Rua Santo Antonio, Bairro da Matinha, a partir das 9h.

A Assembléia está sendo organizada pelo Fórum das comunidades em Defesa da Vida e do Meio Ambiente composto pelos movimentos MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), MST e CPT e pelas Associação dos Moradores da Vila Permanente, das Ilhas do Ararão, Associação Grota Seca, da Comunidade Nova Jutaí, Associação dos Moradores do Bairro Santa Mônica, da Nova Matinha, Do Bairro Colorado, do Bairro Serro Azul, da Vila Pioneira, do Projeto de Assentamento Chico Mendes II, dos moradores do Bairro Liberdade e Centro de Conveniência Daniel Augusto Pereira Dias.

Dentre as reivindicações dos ribeirinhos estão:

· Construção de oito escolas nas regiões das ilhas, incluindo transportes

· Regularização fundiária das ilhas do lago da UHE Tucuruí.

· Construção de sete postos de saúde nas ilhas com programas específicos nas áreas de endemias, (malária, febre amarela e dengue).

· Convênio para inclusão dos moradores das ilhas no programa de Habitação do Governo Estadual e Federal.

· Elaboração de projetos de criação de peixes na Vila das Crioulas. Construção de tanques escavados na comunidade Nova Jutaí.

· Inclusão das famílias em programas de geração de renda e cursos profissionalizantes

· Pavimentação asfáltica com rede de esgoto e água nos Bairros